1 de setembro de 2005














The second life of Samuel Tyne - Matt Murphy

De um gole só
Raquel Medeiros

Ele levanta e vai ao bar
Lá discute o futebol
A crise instalada
A reforma no banheiro
Tantas vezes adiada.

Ele trabalha e vai ao bar
Lá bebe a cachaça
Mas nada é de graça
Pelo menos o dinheiro da pinga
Ele precisa ganhar.

Quando volta do bar
Equilibrista nato
Eu já estou tão farta
Que quase enfarto
Só de vê-lo chegar.

Pede que lhe sirva o jantar
Eu cá nas minhas preces
“O que fiz pra merecer essa vida?”
E ponho mais um pouco de comida
No prato que depois vou lavar.

Sobremesa: “Quando a noite enfim lhe cansa/ você vem feito criança/ pra chorar o meu perdão/ qual o quê/ diz pra eu não ficar sentida/ diz que vai mudar de vida/ pra agradar meu coração/ E ao lhe ver assim cansado/ maltrapilho emaltratado/ como vou me aborrecer/ qual o quê/ logo vou esquentar seu prato/dou um beijo em seu retrato/ e abro os meus braços pra você”. (Chico Buarque)

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