11 de abril de 2005


Barba e Camelo

A falta de fome a deixava mais magra, mas não diminuía o peso
Raquel Medeiros

Perdeu o doce o salgado. Perdeu a poesia e a prosa. Não sobrou muita coisa – só o amargo do choro engasgado.
Aquele choro amargava mesmo – construía olheiras e doenças que ao contrário do que se possa pensar – não davam charme à tristeza. Só dor.
Não sabia rezar. Nunca soube. Mas nunca desejou tanto que existisse realmente alguém capaz de fazer tudo desaparecer. Tudo não-acontecer.
Não existe... sabe que não. E Deus? Ele adora brincar de “pega-pega” com seus títeres. E ela, só mais um deles.

Sobremesa: "Eu que já não sou assim/ muito de ganhar/ junto as mãos ao meu redor/ faço o melhor que sou capaz/ só pra viver em paz." (Los Hermanos)

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