17 de outubro de 2006



"No puede ser que nos separemos así,
antes de habernos encontrado." Cortázar


Um pouco do que resta
Raquel Medeiros

Resta em mim algo que não cessa
que quando no cérebro acaba
no coração recomeça.

Resta uma dose de veneno intenso
De dor intensa de prazer imenso
De desejo que sempre avança.

Resta um inferno nas entranhas
E uma estranha saudade na alma
Resta a tormenta que acalma.

Resta a esperança vestida de vontade
Resta a vontade despida de pudor
E uma força de buscar no amor
A felicidade disfarçada de eternidade.

Sobremesa: "O poema é pobre/ e nas entrelinhas/ a inspiração é nobre/ o querido e saudoso Poetinha/ ah, se todos fossem iguais a ele..." (Raquel Medeiros)

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