Para inspirar o fim de semana e esperar a vinda deles.
5 de maio de 2009
O céu de Belo Horizonte depois de uma manhã
de muita chuva, relâmpagos e trovões.
Aristóteles,
Já faz tanto tempo... acho que enferrujei. Desaprendi.
2008 foi um ano de ponderações. Meses de vai-e-vem, de puxa-encolhe. Meses de alegria intensa, mesmo no trabalho desgostoso. Meses de uma tristeza imensa, que insistia em andar espremida na minha bolsa, para todo canto. Dores acentuadas, falta de apetite, insônia.
Eu penso demais. E fui descobrindo aos poucos que isso também dói.
Uns dias eu quis ser outra – menos ansiosa, teimosa. Mais tolerante e serena.
Uma paralisia no meio de tudo isso me fez pensar que é preciso parar (sem trocadilho). Mastigar bem ajuda a digestão. Olhar com calma diminui o erro.
Rir mais, sem reserva. Chorar mais, sem vergonha. Ser feliz sem culpa.
É preciso amar mais, antes que o amor acabe.
E as alegrias também foram muitas. Aprendi muito – isso nem sempre é ser feliz. Mas aprendi coisas importantes e que estavam escondidas no embaço da vista, pelo cotidiano, pela luta diária pra levantar, pela espera.
Amigo, talvez eu tenha estado mais ausente da mesa do bar, da platéia. Mas é que a vida andava tão boa na sala dos amigos, no meu sofá, nos meus discos e livros, nos braços dele.
Perdi uns jogos, ganhei malícia para outros. Saber deixar é tão importante quanto lutar pelo que deve ficar. Deixei muitas coisas. E tenho lutado diariamente por outras.
E é tão bom ver a vida seguir. Meu sobrinho nasceu, uma semana exatamente antes do Natal. E eu que sempre ficava melancólica e um tanto cansada do ano, dessa vez me vi mais leve. E com uma esperança boa – mesmo que às vezes tola – no peito.
A vida segue Aristóteles, e isso independe se você corre com o rio ou fica à beira contemplando a vida alheia. Então, se é assim, quero ser sujeito, correr junto com o leito, me deixar levar, me deixar ser. Não me interessa a vida alheia. Aprendi que se houver felicidade à minha volta – aos meus e aos outros – cada um cuida de si. Porque a gente começa a desejar o mal alheio quando tem muito dentro da gente, num ato desesperado de disseminar o que a gente não consegue se livrar.
Eu quero mais é ser feliz. E chorar, e ficar cabreira, mas no fim do dia ouvir minhas músicas, olhar o meu bem e ser feliz. E desejo isso pra você também.
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