27 de junho de 2005


A factory of cunning - Matt Murphy

Apoiando a língua nos dentes
Raquel Medeiros

Mãos atadas e olhos cegos
Não nego – ardo só de pensar.
As unhas que arranham a pele
A mordida que marca a carne
Que essa dor nunca me falte
E que o beijo sele mas nunca cale.
Impropérios, indecência
Mistério, imprudência
O carrasco do desejo
Nunca pede licença
Pra me executar.
Feliz condenada
Nem sempre comportada
Quando bem acompanhada.
Intensa devassidão
Ilimitada vastidão
Dor e luxúria
Variedade e fartura
Não peço a boca
Não meço a força
Onde a razão não tem espaço
E esse texto, um ínfimo pedaço
Da minha loucura.

Sobremesa: ... "E tente me expelir/ e ao me sentir ausente/ me busque novamente." (Vinicius de Moraes)

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