1 de março de 2005

Cenas misturadas ao cheiro de novo
Raquel Medeiros

Exterior. Noite. Chuva. Cerveja. Barulho. Troca o pranto pelo riso. Lança mão do segredo que carrega e liberta as dezenas de borboletas que agitam as asas dentro dela. Agora todas à mostra, como as palavras, compõem juntas um movimento acelerado como o coração, ansioso como as mãos, livre como os olhos.

Interior. Noite. Calor. Suor. Música. Troca o medo pelo desejo. Lança mão do tecido que protege e liberta as dezenas de sinais que denunciam a vontade dentro dela. Agora todos à mostra, como os gestos, compõem juntos um movimento acelerado com o coração, ansioso com as mãos, livre com os olhos.

E a alma leve, como tem que ser...

Sobremesa: "Se tudo pode acontecer/ se pode acontecer qualquer coisa/ o deserto florescer/ uma nuvem cheia não chover/ pode alguém aparecer e acontecer de ser você/ um cometa vir ao chão/ um relâmpago na escuridão/ e a gente caminhando de mãos dadas de qualquer maneira/ eu quero que esse momento dure a vida inteira/ e além da vida ainda de manhã no outro dia/ se for eu e você/ se assim acontecer." (Arnaldo Antunes)

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