30 de março de 2005


A raposa, Janis.

Maldita (car) caça
Raquel Medeiros

Deus há de sempre me tratar com uma raposa no campo
Ele, sempre o cão a vigiar
Eu, fugindo da sua invariável sede de caçar.

Está em toda a parte
Me segue, engana e sufoca
Às vezes o desejo é de já estar morta
Pra não lhe dar de graça essa sorte.

Crava-me as unhas do cinismo
Pintadas com o esmalte do altruísmo
Esmaga com sua mão o coração alheio
Ah! Maldito Deus em sua eterna hora de recreio!

Sobremesa: "Tem dias que a gente se sente/ como quem partiu ou morreu/ a gente estancou de repente/ ou foi o mundo então que cresceu?" (Chico Buarque)

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