2 de maio de 2007
*montagem - Leonardo Soares
Lembra do Haroldo?
Raquel Medeiros
Haroldo era um grande empresário. É verdade que existem “muitos” por aí, mas ele sim, era dono de uma grande e bem-sucedida empresa de fraldas descartáveis. “Ninguém quer limpar urina e merda, nem deixar de ter filhos”, pensava ele. E não estava de todo errado. Dinheiro entrando aos montes. Soberba sobrando aos potes.
Haroldo não tinha filhos. Nem os queria, aliás, nada nem ninguém que viesse depois usufruir toda a sua fortuna.
Um dia Haroldo viajava para Petrópolis em sua BMW. O modelo não importa. O que importa é que Haroldo bateu com o carro numa velocidade que era quase impossível acreditar que ele tenha saído com vida. Mas saiu. Paraplégico.
Depois do acidente Haroldo enclausurou-se em sua mansão, num condomínio fechado por ele e só dele. Comprou uma cadeira de rodas que só faltava jogar cartas e passou o resto dos seus dias sendo chupado por putas que ele pagava e xingava, e elas, como vingança, esperavam que ele estivesse próximo do gozo, se distanciavam e ficavam rindo da cara dele. Pobre empresário rico, o Haroldo.
Sobremesa: "Mas problemas não se resolvem/ problemas têm família grande/ e aos domingos saem todos a passear/ o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas". (Paulo Leminski)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
7 comentários:
eu que sou foda?
é foda mermo!
hahahahha
tú é demais!
beijos
Putz, pobre Haroldo...
Talvez ele devesse entrar agora no ramo das fraldas geriátricas... Pq todo mundo um dia fica velho e cagar todo mundo caga...
ouxi, eu terminava na punheta e ria das caras das putas... ¬¬ ahahahahahah
historia depressiva :/
que triste! Belo texto!
o txt do Vale mudou muito =T.. tb, a vida com suas discrepâncias, e altos e baixos, acaba msm deixando o enredo pesadaum, d uma forma ou de outra, e isso termina pautando a narrativa (será?!)... agora, esse haroldo.. se tivesse no ramo da cosntruçaum civil naum teria tido problemas.. pelo menos em jp :) os lucros naum dariam pra comprar uma BMW e sair impune numa cadeira de rodas high-tec.. embora em alguns casos sempre dê pra sobrar uma ferrari (ou outra) por fora da declaraçaum d imposto de renda [...] dificil msm eh sair ileso no joguinho d dominó nos sabados a tarde.. mas ah lah.. isso nem vem ao caso, talvez oq fosse pertinente e inerente a natureza d uma tematica taum singular qt essa, fosse msm a perfomance das putas por aq... kkk, alias, putas perversas assim acho q soh se encontram num conto como esse "Soberba sobrando..."
paulo leminski sempre fecha bem.
Será que Haroldo usava as fraldas descartáveis que sua empresa produzia?
Postar um comentário