16 de junho de 2004

Descupem-me pelo jejum de alguns dias...

Coralina
Raquel Medeiros

Veríssimo dominado por uma raiva incontrolável, mata Coralina. Foram 11 facadas, bem distribuídas nos 1,67 e 50 kg dela. Enquanto a esfaqueava, Veríssimo chorava, parecia que estava doendo em seu próprio corpo. Depois começou a rir de tal forma que mal conseguia segurar a faca com firmeza. Deu um beijou na testa da vítima e disse “Adeus, Coralina”.
Horas depois estava Veríssimo no parapeito do seu apartamento, pronto pra acabar com tudo. Morreria em plena Avenida Paulista. 12 andar. Morte certa. Não tinha como errar. Foi salvo por um amigo que estava indo para a Áustria e veio despedir-se. Foram para a Áustria juntos. O amigo se encontraria com a noiva e Veríssimo poderia ficar um tempo com eles. Desistiu de pular e foi embora.
Nove horas da noite. O casal entra no apartamento e encontra um bilhete de Veríssimo, dizendo “Ótima idéia ter vindo para Viena. O inverno europeu é o cenário perfeito pra isso. Obrigado”. Olharam pela janela e o corpo de Veríssimo estava lá, inevitavelmente morto. Usava um vestido da Coralina.

Sobremesa: "Sim, vai e diz/diz assim que eu rodei, que eu bebi, que eu caí, que eu não sei/eu só sei que cansei, enfim, dos meus desencontros/corre e diz a ela que eu entrego os pontos." (Desalento - Chico Buarque)

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