Sem delongas
Acabou. Agora ela tinha certeza. Realmente acabou.
Antes ainda insistiam as marcas, manchas, mágoas, e outras tantas coisas que ela não conseguia explicar. Esses sentimentos que ainda não têm nome.
Quando o conheceu sabia muito pouca coisa sobre o amor. Não sabia nada. Aprendeu com ele, com o tempo, com os tombos.
Pousou seus olhos sobre a caixa aberta. Ali, todas as palavras doces – outras nem tanto – que ele escrevera. Não fez nada. Não queria. Adorou ver aquelas traças – e eram muitas – devorando todas as cartas, todas as fotos. Tudo o que restava dele. Sentiu-se aliviada de ver que os sentimentos sem nome já não existiam mais. Pensou em fazer uma criação de traças. Sabe como é, o coração não é muito esperto, pode precisar delas...
Raquel Medeiros
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