8 de novembro de 2004

O amor que a gente tinha
Raquel Medeiros

Não me peça pra calar agora. Essa é a minha hora de falar, está bem escrito aqui, no roteiro. Eu não preciso ter um final triste. Também está escrito aqui.
Onde foi que meu personagem se perdeu do teu? Foi na hora da mudança?! Eu devia saber... Senti que algo tinha ficado no caminho, tinha se perdido. Nos perdemos.
Quando ouvi o barulho abafado de vidro quebrado, achei que fosse algum prato, algum copo. Mas nem era, era o amor que a gente tinha...
Eu pensava que ele era forte, que resistiria ao tempo e ao vento, à má-sorte... Ele não resistiu a mudança. Caiu naquela rua, como é mesmo o nome? ... Desesperança.

Sobremesa: "Se a comida não estiver na temperatura adequada/ pode estar certo que mais cedo ou mais tarde vai estragar/ e se ainda sim, você quiser saboarear/ por insistência/ por persistência/ pra ver o que dá pra aproveitar/ tenha em mente que certas coisas quando estragam não tem geladeira ou fogão que dê jeito/ e se você comer/ pode sentir vontade de vomitar". (Raquel Medeiros)

Nenhum comentário: