8 de outubro de 2004

O Mágico de OZ e o nosso eterno lamento
Raquel Medeiros

Como dói essa ausência!
Essa eterna saudade que parece não cessar
Porém pior é o homem de lata
Que não tem coração para amar.

Como dói a compunção!
Por ter feito o que não devia fazer
Porém pior é o leão
Que não tem coragem de boas ações cometer.

Como doem esses meus calos!
Essas feridas que teimam em não cicatrizar
Porém pior é o espantalho
Que não tem cérebro que mande o prazer chegar.

Tantas lamúrias que chego a recordar
Que o espantalho, o leão e o homem de lata
Indo pedir ao Mágico o que lhes fazia falta
Descobrem que talvez não tivessem tanto o que reclamar.

E penso que pior que ser como o espantalho, o leão
E o homem de lata
É ter cérebro, coragem e coração
E ainda achar que a vida é ingrata.

Sobremesa: "A gente pede/ faz prece/ no copo d'água, a turbulência parece tempestade/ a gente busca um ideal de felicidade/ amor - dor + liberdade - responsabilidade + dinheiro - dívida + prazer - sofrer / e quando falta uma pitada de sal na comida/ tudo parece pela metade/ e a gente já não vê mais sentido na lida/ a gente já não vê mais graça em viver". (Raquel Medeiros)

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