1 de julho de 2004

Cerração
Raquel Medeiros

Fica aqui e não vai embora
Fica assim e não me censura
Eu sou impulsiva
Não sei o que é razão
Não tenho juízo.
Tudo o que tenho
São esses sentimentos movediços
E essa insônia que já virou um vício
E que se encontra nas minhas veias
E se perde na minha cama
Onde construo a minha teia
Onde sou implacável
Nas coisas que te escrevo
Nos segredos que te revelo
Nos desejos que te exponho
Nas máscaras que fabrico.
Porque todo mundo precisa delas
De vez em quando
Não para os outros
Mas para si mesmo
Para ter coragem de olhar-se no espelho
E encarar as atitudes que toma
Os sucessos; os fracassos
As lágrimas não contidas
As palavras arrependidas
O riso dissimulado.

Sobremesa: "'Cause this life is a farce/I can't breathe through this mask/like a fool/so breathe on, sister, breathe on" (It's a fire - Portishead)

Nenhum comentário: