Menino ou Menina?
Raquel Medeiros
Suzana estava grávida. Três meses, julgava. Cólicas, enjôos, desejos. Tudo o que mulheres nesse estado costumam ter. Ou dizem que têm. Suzana se recusava a ir ao médico. Nada de pré-natal, nada de ultra-sonografia. Não queria saber o sexo do bebê antes do parto.
As pessoas na rua achavam que seriam gêmeos. Era uma barriga imensa. Quem sabe não seriam três? Ou até quatro?! Era realmente uma senhora barriga!
Rompe a bolsa. Suzana corre para o hospital. Não pode ser parto normal. O médico aplica a anestesia. Suzana dorme.
Horas depois, Suzana acorda. Muitas pessoas em volta. Nenhuma sorria. “O que houve? Onde está o meu filho? Ou será filha? Ele não está com fome?”. A enfermeira aproxima-se e diz “Senhora, me desculpe, mas não há filho algum. Nunca houve. A senhora é estéril".
Sobremesa: "Gravidez psicológica/ amor psicológico/ fome psicológica/ o estômago obedece ao cérebro/ mas não se importa se este está com a razão/ o estômago só faz o papel dele/ pede/ e se não lhes dão o que comer, tanto faz se é psicológico ou não". (Raquel Medeiros)
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